sexta-feira, 22 de julho de 2011

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Lançamento de LIVRO

“Um olhar sobre São Paulo” reúne mais de mil pessoas


Público superior a mil pessoas compareceu à noite de lançamento da obra “Um olhar sobre São Paulo”, iniciativa institucional do Secovi-SP em comemoração aos seus 65 anos de fundação, de autoria do jornalista Ricardo Viveiros. A noite de autógrafos, em 7/7, foi prestigiada por autoridades e personalidades, incluindo vários dos que concederam depoimentos para o livro.

“A obra vem para ajudar a construir a memória da cidade”, afirmou o prefeito Gilberto Kassab, na foto entre João Crestana, presidente do Sindicato, e Viveiros. “São depoimentos de pessoas que conhecem o passado de São Paulo e estão ajudando a projetar o fuuro”, adicionou o secretário de Habitação do Estado de São Paulo, Silvio Torres, que representou o governador Geraldo Alckmin. Também estiveram presentes, dentro muitos, os secretários municipais do Meio Ambiente, Eduardo Jorge, de Controle Urbano, Orlando de Almeida Filho, do Desenvolvimento Urbano, Miguel Bucalem, e da Habitação, Ricardo Pereira Leite.

Conforme João Crestana, o livro busca estimular amplas discussões sobre a questão urbanística e indicar soluções para o futuro da cidade, “o que depende não de simplista revisão, mas de mudanças profundas ou mesmo de um novo Plano Diretor em 2012”. Mais informações e fotos no portal Secovi-SP. O livro está à venda em livrarias e na Biblioteca do Sindicato.

Fonte: Jornal O Estado de S. Paulo, 13 de Julho de 2011, C3.


Comentário:

Na foto ao lado, da esquerda para a direita Eng. João Crestana, presidente do SECOVI, Eng. Jomázio Avelar, presidente da EngeCredSP – Cooperativa de Crédito dos Engenheiros de São Paulo e Coordenador do Movimento Recriar o CREA-SP e Dr. Fernando Lucas, Advogado e diretor do CIESP.

O livro foi organizado com base em depoimentos de pessoas importantes para a história de São Paulo.

Nossa cidade é inserida na Região Metropolitana de São Paulo com os seguintes dados:

8.047km² de área – Menos de 1 milésimo da superfície nacional e pouco mais de 3% do território paulista.


20
milhões de habitantes, aproximadamente. Equivalente à população da Austrália.

39 municípios, 5 sub-regiões, 127 distritos e 541 Unidades de Informações Territorializadas – UITs*.

R$ 572,2 bilhões de PIB – 57% do total estadual e 18,87% do PIB nacional.

*Conceito desenvolvido pela Emplasa, a partir de atributos do Uso e Ocupação do Solo, associados a uma base de dados socioeconômicos e fisicoambientais.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

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Pronunciamento do SINAENCO

MP 527: REMÉDIO OU VENENO?

Regime Diferenciado de Contratações para obras da Copa e Olimpíada traz graves equívocos

João Alberto Viol*

A aprovação, ontem na Câmara Federal, da MP 527/11, que cria o Regime Diferenciado de Contratações (RDC), para acelerar a realização das obras para a Copa das Confederações (2013), Copa do Mundo de Futebol (2014) e Olimpíada (2016), carrega em seu corpo um grave equívoco: o de que basta mudar os ritos legais de contratação para agilizar as obras necessárias à realização desses megaeventos.

Ao aprovarem a proposta, os deputados federais apenas confirmaram o viés “torto” adotado pelo governo nesta questão e sua aparente cegueira sobre os potenciais prejuízos que essa decisão poderá trazer ao país.

O governo alega que essa modalidade de contratação integrada – a mesma empresa/consórcio será responsável por desenvolver os projetos e obras – será a melhor para o país, citando as contratações da Petrobras e as utilizadas pelo governo britânico como modelo inspirador.

Até aí, o.k. Mas, entre as coisas não ditas pelos que defendem essa modalidade, está o fato de que os britânicos utilizam o modelo de contratação integral de forma totalmente diferente – e não como solução emergencial para corrigir os problemas devido à falta de planejamento.

Londres começou a planejar as obras para os Jogos Olímpicos de 2012 sete anos antes, em 2005, quando criou a Olimpic Delivery Authority (ODA), responsável pela gestão e coordenação de todas as obras relacionadas à Olimpíada. As autoridades da capital britânica dedicaram dois anos para desenvolver, em detalhes, os estudos e projetos para os diversos itens necessários: parque olímpico, obras de transporte, de sustentabilidade ambiental, econômica e social, entre outras.

A construção, contratada com base nesses projetos completos, está sendo executada também rigorosamente dentro do cronograma e do valor global estipulado na contratação, com a qualidade definida nos projetos. Algo totalmente diverso do que está sendo proposto pelo RDC e, infelizmente, muito diferente do que tem sido a prática dos governos, nos seus três níveis, envolvidos com obras para 2014 e 2016.

Diferentemente dos britânicos, a proposta aprovada ontem pela Câmara prevê a possibilidade de alterações nos valores globais contratados para os casos fortuitos, que provoquem desequilíbrio econômico-financeiro do contrato. E, principalmente, em seu artigo 39, abre as portas para elevações de custos diversos para atender “às modificações supervenientes decorrentes de normas ou exigências apresentadas pelas entidades internacionais de administração do desporto (Fifa e Comitê Olímpico Internacional, COI) nos projetos básicos e executivos das obras e serviços referentes aos Jogos Olímpicos à Copa do Mundo Fifa 2014, desde que homologadas, respectivamente, pelo COI ou pela Fifa".

Alguns alegarão que a atual legislação brasileira de contratação de serviços e obras públicas, a Lei 8.666/93, está defasada e não permite a agilidade necessária ao desenvolvimento da infraestrutura do país. A Lei 8.666 certamente pode e deve ser aperfeiçoada. Mas atribuir apenas à legislação a ineficiência na execução das obras públicas é o mesmo que exigir que os carros movam os bois. O problema central é a falta de planejamento, que permite pensar antes, para fazer o necessário com o melhor projeto completo e detalhado. A contratação dos projetos executivos (completos) de arquitetura e engenharia pela melhor solução técnico-econômica são os insumos fundamentais para a boa construção, com custo e prazos adequados.

O principal problema da contratação integrada é que ela será definida com base em um anteprojeto, etapa anterior ao projeto básico e que já não é o melhor parâmetro para a contratação pública de obras. Essa opção joga no lixo o conhecimento acumulado pela arquitetura e engenharia brasileira.

Disso podem resultar possíveis vícios (escolha de sistemas construtivos e especificação de materiais pelo menor preço e nem sempre os mais adequados, ensaios preliminares em menor quantidade e abrangência do que o ideal, por exemplo), para garantir maior lucro no contrato. E não agilizará o processo porque, para apresentar proposta, a construtora/consórcio precisará realizar estudos e ensaios (topográficos, geotécnicos etc.) e desenvolver projeto básico e executivo para ter definição técnica e, principalmente, econômica da obra. Esse processo tem elevado grau de complexidade e não há como ser desenvolvido em curtíssimo prazo, sob pena de resultar em empreendimentos sem a qualidade e a durabilidade necessárias.

Esse erro conceitual grave permeia o equívoco da proposta do governo e poderá trazer, caso aprovado o RDC, mais problemas do que soluções. Na medicina, o diagnóstico deve ser embasado em exames completos e rigorosos, sob risco de prescrição de procedimentos e remédios inadequados. Da mesma forma, em obras públicas também é essencial o projeto completo, orientado por ensaios diversos e diagnósticos bem-executados. O RDC, se aprovado como está, poderá representar uma fonte de problemas, em vez de ser um remédio eficaz para a administração pública ter obras executadas mais rapidamente, com qualidade e a preços adequados.

*João Alberto Viol é presidente do Sindicato da Arquitetura e Engenharia (Sinaenco)

Fonte: http://www.sinaenco.com.br/noticias_detalhe.asp?id=956 - 29 de Junho de 2011.


Preocupação com o Regime Diferenciado de Contratação

Ainda na abertura da audiência, o presidente do Confea, Marcos Túlio de Melo, registrou sua preocupação com a aprovação pelo Congresso Nacional da Medida Provisória 527/2011 que inclui em seu texto o estabelecimento do Regime Diferenciado de Contratação (RDC), que permite flexibilização nas licitações para as obras da Copa. Um dos pontos inseridos na RDC é a contratação integrada, que significa a contratação da execução do empreendimento em conjunto com o projeto executivo e básico com a apresentação pelas empresas concorrentes apenas de anteprojeto de engenharia e arquitetura. "Do ponto de vista técnico, essa é uma preocupação muito importante. Esse regime de contratação integrada pode levar a um resultado indesejado, além de abrir brechas para corrupção. Como julgar um processo licitatório e decidir o projeto mais adequado se não é exigido no mínimo um projeto básico?", pontuou.

Túlio de Melo citou ainda sua preocupação com o sigilo que o RDC estabelece, a fim de evitar a formação de cartéis. "Mesmo que haja uma estimativa de custo, não se explicitar no momento da contratação o valor para aquele empreendimento e manter esse número em sigilo é muito preocupante".

Fonte: http://confea.org.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=13217&sid=10&pai=8 (Beatriz Leal – Assessoria de Comunicação do Confea) – 21 de Junho de 2011.


Ordem na Casa

O Confea (Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura) está elaborando emendas para a medida provisória aprovada pela Câmara que muda as regras das obras da Copa. Seu presidente, Marcos Túlio de Melo, entregará aos senadores propostas que alteram três pontos da MP: a contratação simultânea da empresa que elabora o projeto e de outra que o executa, o pregão eletrônico e o que prevê sigilo sobre orçamento.

Fonte: Folha de S. Paulo, E2 (Coluna da Mônica Bergamo)– 18 de Junho de 2011.


Comentário: O Confea se pronunciou. E o CREA-SP?

segunda-feira, 4 de julho de 2011

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A eletricidade do Sol

Brasil começa a usar painéis solares de forma mais abrangente

Dinorah Ereno e Marcos de Oliveira

A energia solar ainda tem uma participação menor que 0,01% na matriz energética brasileira, mas as expectativas são de forte crescimento nos próximos anos. O setor está se estruturando no país e os preços dos equipamentos em nível global começam a cair na esteira do aumento da produção mundial. Entre 2009 e 2010, a industrialização de sistemas de energia solar ou fotovoltaicos cresceu 118%, atingindo um total produzido de 27,2 gigawatts (GW) de potência, segundo apurou a revista Photon International. Esse número representa a potência instalada de quase duas usinas de Itaipu. Mesmo com os níveis recentes de crescimento, que ultrapassa os 40% a cada ano desde 2004, a presença desse tipo de fonte energética não chega a 1% em todo o planeta. A expansão mundial, puxada em quase 50% pela produção da China no ano passado, traz muitas perguntas.

Um dos obstáculos para o Brasil e outros países aumentarem a participação nesse tipo de energia é o alto preço dos painéis solares e demais equipamentos. A falta de domínio da tecnologia e de fábricas também é apontada como responsável pela dificuldade em se avançar na energia solar no país. O que existe de promissor é uma nova tecnologia para montagem de placas fotovoltaicas desenvolvida por pesquisadores do Núcleo de Tecnologia em Energia Solar (NT-Solar) da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), sob a coordenação do professor Adriano Moehlecke e da professora Izete Zanesco. A partir de um tratamento feito nas lâminas importadas de silício purificado, os pesquisadores conseguiram maior eficiência na conversão da radiação solar em eletricidade. “A tecnologia foi comprovada com a fabricação de mais de 12 mil células solares em uma planta piloto e a montagem de 200 módulos fotovoltaicos”, diz Moehlecke, coordenador do NT-Solar. Na minifábrica foram produzidas células com até 15,4% de eficiência energética, número que representa quanto de radiação solar é aproveitado pelo equipamento, enquanto a média mundial está em 14%. “Um dos diferenciais da nossa tecnologia é que usamos matéria-prima de baixo custo, o que reduz o preço final.” As células solares podem ser feitas de vários materiais, mas hoje 90% dos painéis produzidos no mundo são de silício.

Após a comprovação de que a tecnologia nacional é viável para uso em grande escala, os esforços estão concentrados no estabelecimento de uma indústria no Brasil. “Desde o final do ano passado, está sendo elaborado um plano de negócios com esse objetivo”, diz Moehlecke. O desenvolvimento da tecnologia e do plano de negócios teve apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), da Eletrosul e da Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica, empresa de economia mista do Rio Grande do Sul.

Fonte: Revista FAPESP, Edição Impressa 184 - Junho 2011.

Comentário:

Os engenheiros devem estar atentos para essas possibilidades de geração de energia elétrica alternativa. As inovações possibilitam oportunidades de empregos, pesquisa e negócios (empreender). Abaixo comentários do pesquisador Prof Rüther da UFSC:

Os aeroportos são grandes áreas horizontais, livres de sombreamento e que serviriam de vitrine para outros usos, funcionando como um objeto de marketing para a energia solar no país, como ocorre em vários aeroportos da Alemanha, nas cidades de Munique e Colônia”, diz Rüther, que tem um projeto de pesquisa de painéis solares destinados a aeroportos financiados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Em 66 aeroportos brasileiros, com painéis solares instalados, seria possível ter uma potência total de 300MW, suficiente para suprir todo o consumo de energia elétrica. Grande parte da eletricidade nesses ambientes é gasta ao longo do dia com sistemas de ar-condicionado.

No Brasil ainda não há projeto para lagos, mas o professor Rüther, da UFSC, já fez estudos sobre o aproveitamento da represa de Itaipu. “Seria possível gerar cerca de 183 terawatts-hora por ano (Twh), o que representa 40% da energia consumida no Brasil, se o lago de 1.350 quilômetros quadrados fosse coberto com painéis solares”, diz Rüther. “Em Itaipu, por exemplo, se o lago fosse coberto, haveria a possibilidade de economizar a energia da hidrelétrica de dia, ou seria possível substituir com a energia excedente uma parte da operação das usinas termelétricas que funcionam com gás natural.”